segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Confira os resumos dos artigos da próxima edição da RBEFE


Correlação entre instrumentos de avaliação da funcionalidade e equilíbrio em pacientes com artrite reumatoide
Mariana de Almeida LOURENÇO
Izabela ROMA
Marcos Renato de ASSIS
Resumo
A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória sistêmica, crônica e progressiva, que pode causar diminuição da mobilidade, força e atividade física, levando a alterações de propriocepção, equilíbrio postural e marcha, que aumentam o risco de queda nesses pacientes. O presente estudo teve como objetivo verificar se existe correlação entre testes de funcionalidade e equilíbrio em pacientes com AR. Para isso foi feito um corte transversal com a amostra composta por 99 pacientes com diagnóstico de AR de ambos os sexos. Os instrumentos de avaliação do risco de queda usados foram: Escala de Equilíbrio de Berg (Berg), Teste “Timed Up and Go” (TUG), Teste de Caminhada de 6 Minutos e Short Physical Performance Battery (SPPB) ou Bateria de Testes de Guralnik. Feito teste de Kolmogorov-Smirnov para normalidade de distribuição e correlação de Spearman, com nível de significância de p < 0,05. Os pacientes eram 88,9% do sexo feminino e com idade média de 56,15 anos (± 11,64). A idade apresentou correlação fraca, porém significativa de modo que quanto mais velho, pior o desempenho nos testes. O desempenho médio nos instrumentos não colocou esses pacientes com AR como alto risco de queda, porém não há valores de corte específicos para essa população. Os instrumentos mostraram correlação de moderada a forte entre si (p < 0,01). Conclui-se, portanto, que os testes físicos realizados são correlacionados e representam bem a capacidade física desses pacientes com AR,principalmente entre pessoas a partir dos 41 anos e homens.
Palavras-chave: Artrite reumatoide; Acidentes por quedas; Equilíbrio postural; Testes de aptidão.


Influência do nível de performance na estratégia de ritmo de corrida em prova de 10 km de corredores recreacionais
Francisco de Assis MANOEL
Ana Claudia Pelissari KRAVCHYCHYN
Júlio César Camargo ALVES
Fabiana Andrade MACHADO
Resumo
O objetivo do estudo foi verificar a influência do nível de performance na estratégia de ritmo de corrida de corredores recreacionais. Adicionalmente, objetivou-se descrever o comportamento da frequência cardíaca (FC) obtida em prova de 10 km em pista de atletismo. Participaram 39 corredores recreacionais (31,5 ± 6,7 anos), experientes em provas de 10 km que realizaram uma performance nesta distância em pista de atletismo (400 m). A FC foi constantemente monitorada (Polar RS800) e o tempo a cada 400 m foi registrado para determinação da velocidade média (VM), posteriormente analisada a cada 2 km. Os participantes foram divididos em dois grupos de acordo com a VM alcançada nos testes: G1 = VM 10 km ≤ 11,81 (n = 20) e G2 = VM 10 km > 11,81 (n = 19). A comparação entre os valores de VM e FC obtidos nos diferentes momentos da performance para os dois grupos foi realizada pela Anova mista, adotando-se nível de significância de p < 0,05. Os valores de VM foram diferentes entre os grupos em todos os momentos analisados, com aumento significante da VM do momento 6-8 km para 8-10 km para o mesmo grupo. Os valores de FC foram diferentes apenas intra-grupos.  No G1, houve aumento significante da FC a cada 2 km de prova. Para o G2, a FC aumentou do 2º ao 4º km e permaneceu estável até o 8º km, aumentando novamente nos últimos 2 km da performance. Concluímos que o nível de performance não influencia a estratégia de corrida de corredores recreacionais.
Palavras-chave: Corrida; Teste de exercício; Desempenho atlético; Atletismo.


Nova proposta de teste incremental de remada na avaliação aeróbia de surfistas
Felipe Bercht CANOZZI
Bruno Honorato da SILVEIRA
Mariana Fernandes Mendes de OLIVEIRA
Fabrízio CAPUTO
Resumo
Os objetivos desse estudo foram: 1) verificar as respostas do lactato sanguíneo e da frequência cardíaca (FC) durante um protocolo de campo específico de remada no surfe; 2) correlacionar os índices de capacidade e potência aeróbia determinados nesse protocolo específico com o tempo de prática da modalidade e variáveis antropométricas. Participaram deste estudo nove sujeitos (24 ± 4,5 anos; 72,2 ± 6,7 kg; 178,4 ± 4,8 cm) que foram submetidos a um teste progressivo intermitente de remada sobre a sua própria prancha de surfe, do tipo vai e vêm, com velocidades iniciais entre 1-1,1 m/s e incrementos de 0,05 m/s a cada 3 min até a exaustão voluntária. Uma resposta linear e exponencial foram observadas para a FC e o lactato sanguíneo, respectivamente, durante o protocolo incremental. Este comportamento foi semelhante ao demonstrado durante protocolos incrementais com objetivo de avaliar a capacidade e a potência aeróbia realizados em outras modalidades cíclicas. Além disso, foram encontradas correlações significantes entre o pico de velocidade (PV) e a velocidade correspondente ao início do acúmulo de lactato no sangue (vOBLA) (r = 0,87, p = 0,005) e do PV com tempo de prática de surfe (r = 0,70, p = 0,03). No entanto, não foram encontradas correlações significativas entre PV e vOBLA com nenhuma das variáveis antropométricas mensuradas. Assim, podemos concluir que o protocolo incremental específico de remada no surfe utilizado no presente estudo poderia ser uma ferramenta útil na determinação de índices relacionados à capacidade (vOBLA) e potência (PV) aeróbia de surfistas. 
Palavras-chave: Teste incremental de remada; Aptidão aeróbia; Surfe; Antropometria.


Velocidade da bola no chute no futsal: comparação entre garotos com diferentes níveis de desempenho e correlação de variáveis preditoras do desempenho
Vitor Luiz de ANDRADE
Luiz Henrique Palucci VIEIRA
Bruno Luiz de Souza BEDO
Reinaldo MACARI
Fábio Pamplona MARIANO
Cesar Tadashi NODA
Paulo Roberto Pereira SANTIAGO

Resumo
O estudo objetivou comparar e verificar as possíveis correlações entre a velocidade da bola com a velocidade do pé, ângulo relativo do joelho e comprimento do último passo durante o chute entre garotos Praticantes e Não Praticantes do futsal. Participaram do estudo 14 garotos com idade entre 13 e 15 anos divididos em dois grupos, Praticantes (G1) e Não Praticantes (G2) de acordo com seu tempo de prática estruturada semanal na modalidade. Para a análise cinemática duas câmeras ajustadas a uma frequência de 120 Hz, foram fixadas lateralmente ao movimento realizado e focalizando os marcadores fixados no membro inferior do chute. Cada participante executou 10 chutes simulando uma cobrança de tiro livre no futsal. Os dados tridimensionais do membro inferior de chute foram obtidos pelo “software” DVIDEOW e tratados em ambiente Matlab, para obtenção das variáveis cinemáticas de interesse: velocidade da bola (VELBOLA), velocidade do pé (VEL), ângulo de joelho (ANGJOELHO) e comprimento do último passo (CP). Todas as variáveis exibiram índices estatisticamente maiores em G1 se comparado a G2 e, além disso, não foram encontradas diferenças intertentativas na tarefa (p < 0,05). No G1 uma análise de regressão múltipla somente revelou influência na VELBOLA em 17% causada pelo CP. Além disso, no G2 nenhuma variável influenciou na VELBOLA. Pode-se concluir que as variáveis estudadas são diferentes entre praticantes e não praticantes de futsal com idade entre 13 - 15, e que a VELBOLA pode ser ligeiramente influenciada pelo CP nesta faixa etária. Recomenda-se que treinadores monitorem periodicamente o desenvolvimento desta característica do movimento, principalmente em jogadores novatos, como forma de identificar jogadores com diferentes níveis de desempenho no chute em um contexto de futsal.
Palavras-chave: Biomecânica; Cinemática; Habilidades motoras; Futsal.


Os Jogos Olímpicos na Cidade do México 1968: discursos oficiais, da mídia e da literatura científica
Bárbara Schausteck de ALMEIDA
André Mendes CAPRARO
Wanderley MARCHI JUNIOR
Resumo
O presente artigo propõe uma análise histórica sobre os principais fatos relacionados à candidatura, eleição e realização dos Jogos Olímpicos de 1968 na Cidade do México, verificando a presença ou ausência desses e de outros debates no jornal Folha de S.Paulo do ano de 1968, nos relatórios oficiais emitidos pelo Comitê Organizador do evento e na literatura científica. Assim, foram identificados e descritos o processo de candidatura e eleição da Cidade do México, assim como os debates acerca da altitude e as manifestações político-sociais durante o processo de preparação e realização do evento - especificamente ao chamado Massacre de Tlatelolco e ao ato de levantar os punhos dos atletas Tommy Smith e John Carlos no pódio olímpico. Sem a pretensão de esgotar a descrição dos acontecimentos daquele evento, tais fatos apontam para relevantes indícios daquela edição dos Jogos Olímpicos. Apesar da especificidade histórica daquele contexto político e esportivo, alguns debates permanecem como desafios para as cidades sedes e para as instituições esportivas mesmo após quase meio século.
Palavras-chave: Jogos Olímpicos; Cidade do México; Mídia; Pesquisa histórica.


A simbologia presente nos estilos de Karate-Dō
Brandel José Pacheco LOPES FILHO
Alberto de Oliveira MONTEIRO
Resumo
O objetivo deste estudo é interpretar os diferentes significados existentes nos emblemas/símbolos de estilos e escolas de Karate-Dō, analisando seus elementos internos e sua importância dentro dessa prática. Para sua realização, foram realizadas três etapas distintas: 1) catalogação e investigação dos estilos e escolas de Karate-Dō com maior representatividade histórica, cultural e política; 2) identificação dos símbolos utilizados por cada um desses estilos e escolas; e 3) análise de cada um desses símbolos. Essa análise torna-se importante para uma compreensão mais profunda dos diferentes significados envolvidos na prática do Karate-Dō, pois, apesar de seguirem um conjunto de valores comum a todos os Budō, as escolas possuem sua própria visão de mundo, utilizando seus símbolos para reforçar ou externar tais conceitos. A maior parte dos símbolos analisados demonstra um aprofundamento cultural em seus grafismos, sendo reconhecidos alguns elementos até de aspecto espiritual ou religioso. Esse simbolismo, em si, mostra um aspecto relevante para a compreensão do próprio fenômeno multicultural nomeado Karate-Dō.
Palavras-chave: Karate; Artes marciais; Esporte; Cultura japonesa; História.


Análise comparativa de clubes de futebol com escalões de formação de diferentes contextos
Artur Jorge SANTOS
Carlos Eduardo GONÇALVES
Resumo
No decorrer da sua existência e funcionamento os clubes estão sujeitos a influências provenientes do contexto onde estão inseridos, todavia também podem influenciar os sujeitos envolvidos no clube através da sua cultura organizacional. Pelas especificidades dos contextos dos clubes revela-se necessário obter dados sobre a sua cultura e o seu funcionamento para poder perceber os seus efeitos no envolvimento e desenvolvimento dos indivíduos. Para este artigo pretendeu-se a análise e comparação de três clubes de futebol de contextos diferentes, um clube profissional e dois amadores, em que um provém de meio rural e outro de meio urbano. Recorreu-se à observação participante e a entrevistas semiestruturadas para recolher os dados. A AAC-OAF diferencia-se dos clubes amadores pela sua orientação para o esporte de rendimento/espetacularização. Os últimos são suportados no voluntariado, dependendo mais das autarquias e políticas locais e revelam maiores dificuldades na angariação de voluntários, os quais aderem por amizade. A assunção dos cargos dirigentes nos clubes amadores são motivados pelo receio da extinção do clube. A estabilidade financeira da UCE contribui para mudanças na sua cultura e funcionamento organizacional. Todos os clubes demonstram falhas no processo de avaliação na implementação dos programas com vista ao desenvolvimento do jovem atleta, centrando-se esta essencialmente nos resultados desportivos obtidos.
Palavras-chave: Profissional; Voluntário; Rural; Urbano.


A ambientalização curricular de programas de Educação Física em universidades federais do Brasil
Cae RODRIGUES
Resumo
O objetivo do artigo foi analisar evidências de ambientalização curricular em programas de educação física no contexto do ensino superior brasileiro. De acordo com esse objetivo, o “corpus” de análise foi composto pelos planos de ensino de disciplinas que abordam questões ambientais em programas de educação física de Universidades Federais do Brasil. O “corpus” foi analisado a partir da Análise Textual Discursiva, metodologia que compreende: a) desmontagem dos textos (unitarização); b) estabelecimento de relações (categorização); c) captação de um novo emergente (metatexto original). As unidades de significado destacadas na etapa de unitarização foram organizadas em categorias pré-definidas a partir das características da Rede ACES para um estudo ambientalizado. A escolha desse referencial (“benchmark”) se justifica por sua representatividade diante das produções científicas no campo ambiental, constituindo-se como significativo (con)texto social atual, trazendo em suas definições o resultado de embates históricos em torno da emergência/legitimação de elementos que constituem os atuais conceitos sobre o “ambiental”. Esperar-se-ia, assim, que pelo menos os conceitos chaves de cada categoria fossem contemplados pelas propostas presentes em planos de ensino de disciplinas que propõem um diálogo entre o campo ambiental e o campo da educação física. No entanto, os resultados da pesquisa mostram uma realidade bem diferente, colocando em evidência as práticas esportivas e recreativas na natureza como foco quase que exclusivo das disciplinas que abordam questões ambientais em programas de educação física de Universidades Federais do Brasil. Nos argumentos conclusivos são apresentadas significativas evidências sobre as dimensões dos discursos ambientais que estão sendo incorporados pelos currículos de educação física no âmbito do ensino (superior), assim como novas/“alternativas” perspectivas que emergem nos encontros entre o campo ambiental e o campo da educação física.
Palavras-chave: Currículo; Ensino superior; Meio ambiente; Ensino escolar; Educação ambiental.


A construção do corpo ideal no balé clássico: uma investigação fenomenológica
Kátia Silva Souza dos ANJOS
Régia Cristina OLIVEIRA
Marília VELARDI
Resumo
O objetivo deste trabalho foi identificar e compreender pela perspectiva das bailarinas participantes do estudo o ideal de corpo demandado pela prática do balé. Para tanto, optamos por uma orientação epistemológica apoiada na fenomenologia de Edmund Husserl e em autores afinados com a fenomenologia proposta por esse filósofo. As entrevistas semiestruturadas em profundidade constituíram a técnica de pesquisa utilizada. O que há de comum nas falas das bailarinas é a referência a um corpo ideal centrado nas produções feitas pelas grandes companhias de balé. Nessas percepções, o corpo desejado e ideal para o balé clássico pode ser tanto inato à pessoa, quanto construído e transformado com muito esforço e dedicação pela bailarina.
Palavras-chave: Vivência; Corpo; Fenômeno; Balé; Expressão corporal.


Atitudes em relação ao exercício e insatisfação com a imagem corporal de frequentadores de academia
Ana Carolina Pereira COSTA
Mariana Carvalho de Moura Della TORRE
Marle dos Santos ALVARENGA
Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar a presença de insatisfação com a imagem corporal e de atitudes negativas em relação ao exercício, bem como a correlação entre estes fatores, em frequentadores de academia de ambos os sexos. Uma amostra de 100 desportistas (67 mulheres e 33 homens) respondeu eletronicamente o Questionário de Imagem Corporal (Body Shape Questionnaire) e a Commitment Exercise Scale (CES). Os participantes relataram massa corporal, estatura, tempo de frequência na academia e objetivos da prática. Análise de correlação de Pearson entre BSQ e CES foi realizada, bem como comparação dos escores da CES segundo classificação da BSQ pelo teste T de Student. Diferenças entre os sexos foram avaliadas com modelo linear geral. Modelos de regressão linear testaram preditores para satisfação corporal ou atitudes em relação ao exercício. As mulheres apresentaram maior insatisfação com a imagem corporal (p < 0,001) e não houve diferença entre os sexos nas atitudes em relação ao exercício. Não foi encontrada correlação entre a insatisfação com a imagem corporal e as atitudes em relação ao exercício, mas houve correlação positiva entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e a insatisfação com a imagem corporal (p = 0,001 para homens; p = 0,002 para mulheres). O tempo de frequência na academia foi preditor de atitudes negativas em relação ao exercício (R2 = 0,580), e o IMC e uma menor importância do lazer para a prática de exercício foram preditores de insatisfação corporal (R2 = 0,368). Sugere-se a realização de estudos semelhantes que avaliem outros aspectos da imagem corporal, tal como a busca pela muscularidade.
Palavras-chave: Exercício; Imagem corporal; Academias de ginástica; Autoimagem.


Como a eficiência do comportamento tático e a data de nascimento condicionam o desempenho de jogadores de futebol?
Marcelo Odilon Cabral de ANDRADE
Israel Teoldo da COSTA
Resumo
O objetivo deste estudo foi verificar como a eficiência do comportamento tático e a data de nascimento podem condicionar o desempenho tático de jogadores de futebol. A amostra foi composta por 6640 ações táticas realizadas por 108 jogadores da categoria Sub-15. Foi utilizado o FUT-SAT para coleta e análise dos dados. A data de nascimento foi obtida através da carteira de identidade ou da certidão de nascimento. Foram utilizadas análise descritiva, teste de Regressão Logística Multinomial (p < 0,05) e o teste Kappa de Cohen. Para as análises estatísticas foi utilizado o software SPSS. Foram verificadas associações positivas entre a eficiência do comportamento tático e o desempenho tático para os princípios “cobertura ofensiva”, “unidade ofensiva”, “cobertura defensiva”, “equilíbrio” e “unidade defensiva”. Foram verificadas associações positivas entre a data de nascimento e o Índice de Performance Tática Defensiva em jogadores nascidos no segundo quartil. Conclui-se que para esta amostra, a eficiência do comportamento tático e a data de nascimento influenciaram o desempenho tático.
Palavras-chave: Tática; Efeito da idade relativa; Formação esportiva; Categoria de base.


Inserção profissional e formação continuada de egressos de cursos de graduação em Educação Física
William das Neves SALLES
Gelcemar Oliveira FARIAS
Juarez Vieira do NASCIMENTO
Resumo
O objetivo do estudo foi analisar aspectos da inserção profissional e perspectivas de formação continuada de egressos dos cursos de bacharelado e licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina. Os participantes foram 63 egressos (34 bacharéis e 29 licenciados) concluintes entre o segundo semestre de 2009 e o segundo semestre de 2010, os quais responderam às questões de um questionário online, especialmente construído e validado para a pesquisa, que procurou obter informações referentes à sua inserção profissional e às perspectivas de formação continuada. De maneira geral, observou-se que a maioria dos formados atuava na área profissional de interesse, predominantemente em instituições privadas. A falta de experiência de atuação e a baixa remuneração oferecida pelos locais de trabalho foram consideradas as principais barreiras da inserção profissional. Em contrapartida, foram percebidos como facilitadores deste processo a amplitude de opções de intervenção destinadas ao profissional de Educação Física, bem como os conhecimentos adquiridos durante o curso realizado. A remuneração mensal da maior parte dos egressos empregados foi de até três salários mínimos. Verificou-se o interesse dos egressos de ambos os cursos pela realização de atividades de formação continuada em Educação Física, com destaque comum para cursos de especialização e/ou de mestrado nas áreas de atividade física direcionada à promoção da saúde. As evidências encontradas podem fornecer indicadores acerca da efetividade das reformulações curriculares realizadas nos cursos de graduação em Educação Física da UFSC, bem como contribuir para o aprimoramento contínuo da formação inicial oferecida aos estudantes.
Palavras-chave: Profissão; Mercado de trabalho; Estudantes; Universidade; Educação física.


Uso do sistema âncora nas duas mãos e na mão não dominante reduz a oscilação corporal em idosos
Luciana Oliveira dos SANTOS
Fernando Henrique Venancio MOURA
Eliane MAUERBERG-deCASTRO
Renato MORAES
Resumo
O propósito do presente estudo foi comparar o efeito do uso do sistema âncora bilateralmente e unilateralmente (mão dominante e mão não dominante) em idosos em duas condições visuais (com e sem visão disponível). Para tanto, 14 idosos ficaram na posição semi tandem sobre uma plataforma de força. Eles realizaram oito condições experimentais combinando o uso do sistema âncora (duas mãos, mão dominante, mão não dominante e sem âncora) e a disponibilidade de visão (com e sem). Os resultados da área da elipse ajustada ao deslocamento do centro de pressão (CP) e da velocidade média de oscilação do CP mostraram que as condições realizadas com a âncora nas duas mãos e com a âncora na mão não dominante reduziram a oscilação corporal e a velocidade de oscilação em comparação à condição sem âncora. Além disso, a presença de visão também reduziu a área da elipse e a velocidade média de oscilação. No geral, portanto, o sistema âncora se mostrou um instrumento eficaz que permitiu aos participantes idosos diminuírem a oscilação corporal, favorecendo a melhora do equilíbrio. Apesar disso, o efeito da adição de informação háptica foi similar nas diferentes condições visuais testadas, sugerindo que a informação háptica adicional fornecida por meio do sistema âncora tem um peso constante e, portanto, não varia em função das alterações da disponibilidade de visão. Além disso, esses resultados contradizem estudos anteriores que utilizaram o paradigma do toque leve. Diferenças entre os paradigmas do toque leve e do sistema âncora e assimetrias inter-hemisféricas em tarefas de percepção háptica foram usados para explicar essas contradições.
Palavras-chave: Informação háptica; Dominância manual; Controle da postura; Envelhecimento.


Efeito da atividade esportiva sistematizada sobre o desenvolvimento motor de crianças de sete a 10 anos
Camila Ramos dos SANTOS
Carla Cristiane da SILVA
Mara Laiz DAMASCENO
Josiane MEDINA-PAPST
Inara MARQUES
Resumo
Atividades físicas programadas na infância são reconhecidas por ocasionar mudanças nos diversos aspectos do desenvolvimento das crianças. Assim, o presente estudo objetivou verificar o impacto da atividade esportiva programada de ballet clássico e de futsal sobre indicadores de motricidade global e de equilíbrio em crianças. A amostra foi composta por 160 crianças entre sete e 10 anos de idade. Oitenta crianças de ambos os sexos foram selecionadas no ambiente escolar e compuseram os grupos de escolares, caracterizado pela prática exclusiva de Educação Física escolar. Os grupos vinculados à prática esportiva foram compostos por 40 crianças do sexo feminino, praticantes de “ballet” clássico e 40 do sexo masculino, praticantes de futsal, caracterizando os grupos de prática sistematizada. Para a avaliação motora foram aplicados os testes de motricidade global e equilíbrio da Escala de Desenvolvimento Motor “EDM”. Além disso, o questionário de atividade física habitual foi utilizado para calcular o gasto energético. A distribuição dos dados foi verificada através do teste Shapiro-Wilk, e em seguida foram aplicados os testes não-paramétricos Kruskall-Wallis com post hoc U de Mann-Whitney, Wilcoxon e Qui-Quadrado de Pearson. O nível de significância foi estabelecido em 5% (p ≤ 0,05). Resultados significantes foram encontrados entre os grupos de prática sistematizada com índices classificados como superiores e percentuais maiores em Idade Motora em Motricidade Global (IMMG) e Idade Motora em Equilíbrio (IME) do que idade cronológica (IC). Conclui-se que as crianças praticantes de atividades esportivas demonstraram superioridade nos testes aplicados quando comparados ao grupo controle, em que mais de 65% apresentam classificação normal.
Palavras-chave: Atividade esportiva; Motricidade global; Equilíbrio.


Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016: propostas para o esporte educacional, de participação e de rendimento
Suélen Barboza Eiras de CASTRO
Doralice Lange de SOUZA
Resumo
Este trabalho visou identificar as propostas de legados para o esporte no Brasil a partir do Dossiê de Candidatura do Rio de Janeiro à Sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 e Cadernos de Legado Rio 2016. A pesquisa se caracteriza como documental de cunho qualitativo. Selecionamos do Dossiê de Candidatura e dos Cadernos de Legado as propostas para o esporte que são apontadas como consequência da vinda dos Jogos. Para cada proposta buscamos identificar: 1) dimensão esportiva (educacional, participação e rendimento); 2) nível de alcance; 3) público-alvo; e 4) orçamento. Concluímos que dentre as diferentes dimensões do esporte, o de rendimento será privilegiado. São poucas as propostas que visam ampla disseminação da prática esportiva. A maioria das propostas se restringe à cidade do Rio de Janeiro e ao período pré-Jogos. O esporte educacional não é significativamente contemplado quando comparado às outras dimensões do esporte, o que contradiz a Política Nacional do Esporte e a Constituição Federal de 1988. Mais estudos são necessários para subsidiar o direcionamento das ações do governo no sentido de se garantir o acesso ao esporte como um direito de todos.
Palavras-chave: Olimpíadas; Megaevento esportivo; Legados esportivos; Políticas de esporte.